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Há algo de sinistro no Candy Crush Saga?

Um jogo aparentemente inocente vem capturando a atenção do mundo inteiro, mas esconde uma polêmica: o fliperama voltou?

Quando você entra no Candy Crush Saga pela primeira vez, você tem a sensação de que já viu aquilo tudo antes. De fato, se pergunta se acidentalmente não abriu o Bejewled, dada as enormes similaridades na mecânica ou no visual.

Mas você decide continuar a jogar, já que os links se multiplicam feito loucos no Facebook, os banners estão em todos os lugares, e em todas as paradas de games digitais dos últimos meses o Candy Crush Saga tem lugar de destaque.

Afinal, pensa, ‘é grátis mesmo’.

Você passa a primeira tela. É fácil, tutorial baba. E percebe uma diferença: seu avatar caminha em um mapa para a próxima fase, como no Super Mario 3. Passa outra fase, e outra, com muita facilidade.

Até que, lá pela fase número 15 ou 16, você encontra uma dificuldade maior. E perde. Perde de novo. Perde 5 vezes.

E a cruel realidade vem à tona: o jogo é travado. Você não pode continuar se não inserir créditos, que custam cerca de US$ 1 dólar, para mais 5 vidas. O jogo dá ainda uma opção de espera, se você não quiser gastar dinheiro; a cada 30 minutos uma nova vida é recarregada, ao limite máximo de 5. O que gera um engajamento violento ao jogo, afinal, quem não gosta de ganhar créditos de graça, que valem um dólar, e quem desperdiçaria esse ‘bônus’?

Com essa espertíssima estratégia de engajamento e monetização, o Candy Crush Saga é, há várias semanas, o mais rentável game nas plataformas Android e iOS. E atrai cada vez mais jogadores, viciados, como hordas de zumbis, atraídas pelos sons hipnotizantes e cores psicodélicas, de todas as idades, inclusive crianças.

Mas esse novo modelo abre um precedente que pode mudar como todos os jogos são distribuídos e comercializados. Assim, ao invés de comprar o jogo e possuí-lo para a eternidade, você passará a ter um leque de opções gratuitas para baixar e jogar a um preço menor. Tendo, porém, que repetir o pagamento por cada período de atividade.

Em outras palavras, seu aparelho ou computador inadvertidamente virou um fliperama faminto por fichas.

Notícias circulam de que o próximo PS4, por exemplo, só poderá ser jogado conectado à internet. Boatos sobre novos modelos de assinatura para a XBOX Live também são comuns.

Seria esse o caminho que os games estão trilhando? Se for, você gosta dessa solução ou acha a uma péssima ideia?

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